Sobre o Primeiro Livro que o Prof. Marcelo Andrade recomenda!

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Na Escola da Verdade Histórica, baseado no seu método LEEER (Ler, estudar, escrever, ensinar e reter), o prof. Marcelo Andrade sempre recomenda um conhecimento geral antes do particular.

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A partir desse ponto, em seu curso de História Geral, que tem a finalidade de passar este esquema geral para seus alunos, o primeiro livro que ele recomenda é o Antropoteísmo, escrito pelo seu mestre prof. Orlando Fedeli. 

Longe de querer escrever aqui um trabalho elaborado sobre este livro incrível, pois foge totalmente das minhas capacidades, farei breves comentários sobre a leitura que fiz e os pontos que me chamaram mais a atenção. 

Da mesma forma que o prof. Marcelo ensina, farei esse breve comentário em forma de esquema focando na primeira e terceira parte do livro, seguindo o seu método de estudos. 

O Antropoteísmo – A Religião do Homem (Orlando Fedeli) 

Primeira Parte – Aspectos Gerais do Antropoteísmo 

Capítulo 1 – O Criador e a Criação 

Neste capítulo é abordado a relação entre o Criador e a Criatura. 

A criatura gera: um apelo e uma insatisfação; uma tentação e uma frustração

  1. Apelo: as qualidades do ser nos leva a desejá-las até desejarmos o absoluto. A beleza da natureza deve nos mover a amar e querer conhecer quem foi o seu criador. 
  2. Insatisfeito: pois buscamos o infinito e nelas só encontramos o finito. No entanto, essa beleza pode acabar facilmente em um momento, é instável. Um temporal ou um desastre natural muda tudo.
  3. Tentação: idolatria se a confundimos com Deus. Como o movimento ecologista e ambientalista de hoje. 
  4. Frustração: os ídolos são frustrantes. Só encontramos nossa paz em Deus.

Portanto, nós devemos nos encantar diante do universo, mas sem esquecer que as criaturas são meros vestígios de Deus. 

Capítulo 2 – O sonho do homem. 

Na mentalidade medieval, o homem desejava abrir-se ao sol, dando a todos o seu perfume, mesmo que isso lhe custasse a vida. 

Na mentalidade renascentista, o homem passa a ser avesso ao sacrifício e busca um prazer egoísta. 

Resultado? A divinização do universo; desespero e frustração por não ter a felicidade absoluta neste mundo. 

Também chega ao extremo oposto de negar a razão, provando que o prof. Orlando acerta ao afirmar que todo panteísmo termina em gnose e vice-versa. 

A tentativa de fazer do mundo uma maravilha por meio da razão também conduz ao desespero, ao ceticismo e à magia. 

Capítulo 3 – Problemas Fundamentais

  • 3.1 – O igualitarismo antimetafísico e a religião do homem

– A limitação do homem o leva a encarar isto de dois modos: 

  1. Ou como um apelo para buscar e amar o Absoluto;
  2. Ou uma tentação de revolta contra suas limitações. Essa revolta é contra a metafísica real e objetiva que foi estabelecida por Deus. Isso é o cerne da Religião do Homem. 

 

  • 3.2 – O Rio Cársico do Antropoteísmo: unidade da religião do homem.

Os rios do Carso iugoslavo desaparecem de repente no solo para correr subterraneamente e reaparecer depois de longa distância, dando a impressão de que são dois rios distintos. Assim, a religião do homem aparece e desaparece, mudando de nome, mas sempre com as mesmas águas doutrinárias. 

Existe algo que une todas as heresias. O que seria? O antropoteísmo, ora como gnose, ora como panteísmo.

Capítulo 4 – Gnose: sentido e extensão do termo

Gnosticismo: uma religião que salva pelo conhecimento; conhecer para eles é essencialmente se conhecer, conhecer o elemento divino que constitui o verdadeiro eu. 

Para gnose, o mundo é mau!

Atinge proporções de um fenômeno geral da História das religiões, sendo a unidade comum entre seitas cristãs, judaicas e pagãs.

Os movimentos do século XX são gnósticos. 

Guénon: elemento comum nas grandes religiões por meio dos símbolos que te fazem conhecer a verdade. 

Capítulo 5 – O antropoteísmo e sua divisão. 

A heresia comum entre todas é o antropoteísmo. 

Divide-se em dois ramos: gnose e o panteísmo. 

Panteísmo: diviniza o corpo e a matéria, é monista, racionalista e otimista. 

Gnose: dualista, oposição entre matéria má e espírito divino, é anti racional e se expressa por meio de mitos, as coisas são desordenadas e pessimista.

Conclusão: são gêmeos estranhamente iguais e contrários, a língua bífida da serpente. 

Capítulo 6 – Causas da religião do Homem. 

É a revolta contra Deus e sua criação. 

Épocas propícias para a gnose: crises sociais e políticas. 

A causa está no campo moral e trata da origem do mal, de qualquer tipo que seja. 

Capítulo 7 – A língua bífida da serpente. 

Gnose: serpente sussurra que o homem é deus, mas a divindade está oculta e encarcerada na matéria. O conhecimento de deus leva ao conhecimento do homem. 

Gnosticismo especulativo: prepondera o papel da inteligência e da intuição. 

Gnosticismo fenomenológico: predomina a vontade. 

Panteísmo naturalista: tende a pecar mais com o corpo, é a forma mais baixa da religião do homem. 

Panteísmo filosófico: idolatria da própria razão. 

São duas formas que nascem da mesma fonte: a revolta contra nossas limitações por não aceitá-las. Consequentemente, se revolta contra Deus. 

Capítulo 8 – A antimetafísica da religião do homem

Contradição: o eu que se pretende absoluto e que sonha em se esvaziar no nada.

Igualitário: nega a distinção entre ser absoluto e ser por participação. 

Dialético: iguala o ser ao não ser, o tudo ao nada. 

  • 8.1 – Negação do princípio da identidade: cada ser é o que é.
  • 8.2 – Negação do princípio de contradição: uma coisa não pode ser e não ser sob a mesma condição e tempo.
  • 8.3 – Negação do princípio de causalidade e finalidade: não há distinção entre causa e efeito e também nada existe para uma certa finalidade.
  • 8.4 – Negação dos Transcendentais: a negação da metafísica faz o universo um vazio.
  • 8.5 – Negação de todo exemplarismo: o mundo deixa de ser feito a imagem e semelhança do criador.
  • 8.6 – Recusa de aceitar o espaço e o tempo.

 

  1. A libertação gnóstica visa acabar com todas as limitações espaciais, pois a matéria é má. 
  2. Quer transformar seres contingentes em ser absoluto.
  3. Quer torná-lo presente, isto é, eternizá-lo ou então fazer a eternidade imergir no agora. 
  4. A gnose ou faz Deus mudar, ou faz o homem imutável.

 

Capítulo 9 – Dialética e antropoteísmo: as duas pontes entre gnose e panteísmo

Inimigas? É apenas uma briga fraterna. Aparentam ser opostas, mas, no fundo são iguais. 

  • 9.1 – A ponte metafísica ou criteriológica

– Para o panteísmo, Deus se confunde com a matéria que, por sua vez, se espiritualiza. 

– Para a gnose, ao contrário, Deus caiu na materialidade, mas a matéria se espiritualiza

– O espírito se torna corpo, o corpo torna-se espírito.

  • 9.2 – A ponte da moral: 

– Moral gnóstica: ascética, tipo budista. Consequências? Depois da ascese, o homem vira místico e pode fazer o que quiser.

– Moral panteísta: gozo livre de todos os prazeres. 

Capítulo 10 – Os tipos de homem segundo o Antropoteísmo

– O homem Deus é comum no Panteísmo e na Gnose. 

– Homem para gnose: corpo, alma e espírito divino.

– O Panteísmo vai conduzindo o homem pouco a pouco para a gnose e vice-versa. 

– Materialista crasso -> materialista filosófico -> místico do amor -> místico intuitivo. 

Capítulo 11 – A religião do homem na história

– A Gnose tem sua origem no Judaísmo. 

Segunda Parte – Terminologia e temas do Antropoteísm

Capítulo 23 – Conclusão

– O curto-circuito é a interconexão entre gnose e panteísmo que produziu as maiores revoluções do mundo. 

– É difícil para gnose se popularizar: é demasiado abstrata, irracional. Ela faz sucesso em seitas.

– Já o panteísmo é frio, materialista e racionalista. Também tem dificuldade de se popularizar. 

– A união das duas se completa, apesar de aparentemente opostas, e fazem as grandes revoluções.

Terceira Parte – O processo Histórico

Capítulo 25 – São Tomás e São Boaventura

– Mentalidade católica medieval: aceitação equilibrada dos bens existentes e também dos males relativos, há uma conformidade com a criação.

– São Boaventura: exemplarismo. A criação é um livro em que Deus se faz conhecido por meio de suas criaturas, que se revelam de três modos: vestígio, imagem e semelhança. 

– Vestígio: presente em todas as criaturas por serem criadas. Logo, não existe matéria má. 

– Imagem: criaturas inteligentes.

– Semelhança: estado de graça. 

– Ele combate a gnose.

– São Tomás de Aquino utiliza amplamente a analogia e acentua a distância entre Deus e criação. 

– Não é possível conhecer Deus pelo que Ele é, somente pelo que Ele não é.

Capítulo 26 – Decadência da Idade Média

  • 26.1 – O terrível século XIV.

– Morre São Tomás e São Boaventura sem deixar sucessores, colapso da filosofia medieval.

– O Século que segue a morte deles é marcado por desorientação filosófica e desorganização social. 

– O Rei da França agride o Papa, que até morreu abalado em consequência disso. 

– O Rei da França escolhe o papa Clemente V

– Papado muda para Avignon, consolidando o poder da monarquia francesa sobre o papado.

– Vem o Cisma do Oriente. 

– Peste-negra que além das mortes, gera fome. 

  • 26.2 – Duns Scoto 

– Divide as escolas tomistas e agostinianas. 

– Dissocia fé e razão, tirando da fé qualquer base racional. 

– Conceito de univocidade: Deus poderia se contradizer, por exemplo.

– Erros modernos: Duns Scoto, Ockham e Eckhart estão na base. 

– Dele surge uma linha panteísta e outra gnóstica. 

  • 26.3 – Mestre Eckhart

– Era dominicano e escrevia em vernáculo no lugar do latim. 

– Opõe Deus ao mundo, condenando a matéria, o eu e a vontade. 

– Era gnóstico. 

– Foi condenado por João XXII.

  • 26.4 – Guilherme de Ockham

– Era franciscano e o oposto de Eckhart.

– Negação dos conceitos universais fora do pensamento. Só existem na mente. 

– Matéria é a única realidade existente. 

– Primado absoluto do singular. 

– Supervalorização da razão e oposição entre a fé e a razão.

– Influenciou muito Lutero. 

– Esse erro causa: materialismo, racionalismo e panteísmo. 

– Defende a separação entre Estado e Igreja. 

Capítulo 27 – O curto-circuito: Lutero

– Eckhart e Ockham foram condenados em 1329. 

– Ockham influenciou muito Lutero: autoridade, arbitrariedade e igualdade. 

– A livre interpretação veio de Eckhart. 

– Lutero juntou a gnose e o panteísmo nas suas ideias, formando uma revolução.

Capítulo 28 – A repulsa: anabatismo e luteranismo oficial 

– O processo que reúne os dois opostos não se sustenta, gera uma repulsa depois. 

– Do protestantismo, surgem novas heresias. 

Capítulo 29 – O curto-circuito na arte: Leonardo

– Arquétipo do homem renascentista: muito inteligente, corresponde ao homem humanista (sabia de tudo).

– Reuniu o materialismo do renascimento com o misticismo platônico. 

Capítulo 30 – A repulsão: maneirismo e barroco. 

– De modo geral, o barroco não foi tão imortal como o Renascimento, mas foi tão humanista e naturalista quanto ele. 

– Concílio de Trento botou freio no Renascimento. 

– Oposição do barroco: maneirismo, gnóstico. 

– Barroco é otimista e racionalista. 

– O Maneirismo foi a primeira vez que a arte se afastou da realidade objetiva. 

– Nomes do maneirismo: Michelangelo e Rafael.

Capítulo 31 – Iluminados e iluministas. 

  • 31.1 – Iluminados pelo Espírito Santo.

– Muitas ideias pietistas triunfam hoje. 

– Quietismo é a versão “católica” do pietismo. Dele surge o jansenismo.

– Jansenismo foi uma das principais causas da Revolução Francesa. 

  • 31.2 – Iluministas.

– Oposição à gnose, é racionalista e materialista. 

– Com Descartes começa o subjetivismo e ele é considerado o pai da filosofia moderna.

– Rousseau não era iluminista, era anti racionalista, inimigo de Voltaire, quietista e místico.

Capítulo 32 – O novo curto-circuito: Revolução Francesa

– Principal causa: iluminismo. 

– Arte: romantismo.

– Duas posições aparentemente contraditórias. O que mais unia essas posições, era o ódio contra a Igreja. 

– O curto-circuito foi originado pela união da maçonaria.

– Fizeram um culto à razão na catedral.

Capítulo 33 – A repulsa do século XIX

  • 33.1 – Socialismo – Romantismo e Realismo. 

– Revolução Francesa: gera os românticos e os realistas / socialistas utópicos e científicos.

– Romantismo: gnóstico e anti racional. 

– Realismo: oposto ao romantismo

– Naturalismo: hipérbole do realismo. 

  • 33.3 – O desenvolvimento científico

– Século XIX tomado de otimismo pelos avanços tecnológicos.

  • 33.4 – Modernismo na arte e na Religião

– Modernismo na Arte: 

  1. Corrente materialista: cubismo e construtivismo.
  2. Corrente anti racionalista: surrealismo, abstracionismo e dadaísmo. 

 

– Modernismo na religião: 

  1. Ramo racionalista: Pe. Loisy 
  2. Ramo místico: condenado na Encíclica Pascendi

 

Capítulo 34 – A Revolução Russa e o Nazismo: novo curto-circuito. 

– Os que queriam uma democracia liberal e outros que queriam o socialismo, queriam derrubar o regime czarista. 

– União entre socialismo e nazismo. 

Últimas considerações – do autor do presente texto. 

Como disse na introdução deste post, meu intuito não foi fazer um resumo ou discorrer sobre o Antropoteísmo. Meu objetivo foi colocar as ideias centrais que extrai na leitura de cada tópico a fim de auxiliar a leitura daqueles que vão ler esta obra.

O prof. Marcelo é muito assertivo ao recomendar esse livro como o primeiro da bibliografia da Escola da Verdade Histórica. A partir da leitura dessa obra, é possível entender de fato o esquema da história, da luta entre o bem e o mal, da cidade de Deus contra a cidade do homem.

Entender o que motivou todas as grandes revoluções e todas as heresias, deve servir de combustível para que todo católico combata ao lado da verdade nesta Guerra Historiográfica pela verdade e pela salvação das almas. 

Dedico este singelo texto ao querido Prof. Orlando, que mesmo não o conhecendo pessoalmente, gozo das graças do seu legado e apostolado.  

Muito obrigado, professor! 

Gabriel de Paula – Sócio da Escola da Verdade Histórica

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